Infelizmente, não há o que fazer para impedir que o crack, a cocaína, a maconha, o álcool ou o cigarro sejam apresentados aos nossos filhos. Os usuários estão por ai nas esquinas, nas salas de aula, nos bares, nos shoppings e até dentro de casa disfarçados de amigos. Mas se não temos como evitar a proximidade, podemos prepará-los para dizer não.

Primeiro ensine seu filho desde criancinha a compreender o significado de cinco palavras mágicas: obrigado, por favor, com licença, me desculpe e Pai Nosso. Em seguida mostre-lhe como você se orgulha dos pequenos gestos de boa vontade que ele tem com os outros, como abrir a porta para uma senhora ou ceder seu lugar para um idoso ou devolver o que lhe foi dado por engano. É espantoso como a educação protege nossos filhos das más companhias.

Depois estipule horários. Quando as atividades diárias dos nossos filhos, como acordar, comer, estudar e dormir são organizadas e fiscalizadas por nós, isso tudo dificulta tremendamente os maus relacionamentos. Os jovens mal educados são sempre indisciplinados e intolerantes e tomam distância das pessoas que seguem as regras e fazem tudo certinho. E, ao contrário do que prega o senso comum, um jovem tem que ter muita personalidade para fazer tudo certinho, num mundo em que participar de passeata pró maconha é que é considerado fashion, descolado e pró ativo.

Cuide da aparência dele. Mantenha seu filho longe dos modismos e nunca esqueça que o mundo é preconceituoso. Se você fosse um traficante e tivesse que escolher entre oferecer drogas a um garoto cabeludo e sujo passeando de skate e outro de camiseta branca lendo um livro para quem ofereceria? Evite extravagâncias na aparência. Lembre-se que a personalidade de uma pessoa não está no que ela veste, mas na forma de pensar, ou seja, na educação.

Seja parceiro do seu filho. Ofereça a casa para as reuniões da turma. Converse com os amigos dele. Jogue futebol. Ande de montanha russa. Brinque. Corra. Sorria. Abrace. Beije. E bata muitas fotos para recordar depois.

E, principalmente, nunca abandone seu filho. Mesmo que você tenha feito tudo certo, ainda assim é possível que ele acabe usando drogas. Cuidado com aquela falácia do senso comum que diz que drogado só melhora depois de chegar no fundo do poço. Cuide do seu filho. Procure ajuda. Porque se ele morrer na sarjeta você poderá não ter culpa, mas terá ficado só, para sempre.

Claudemir Casarin

Psicólogo/socionomista